29 de agosto de 2015
Na reunião do Fórum de Debates e Reivindicações desta quinta-feira, 27 de agosto, a AOMESP recebeu o 1º Tem PM George Marcel dos Santos Sossai, chefe do Setor Técnico Desportivo da Escola de Educação Física da Polícia Militar. O Tem Sossai falou sobre exercícios físicos na terceira idade, um assunto do qual muito aposentado passa distante.
Há uma diferença muito grande entre ser “velho” e ser “idoso”. Idoso é aquela pessoa que passou dos 69 anos de idade. Já “velho” a pessoa pode ser com qualquer idade; depende do modo de encarar a vida, as situações, as dificuldades e as oportunidades. Do “velho” podemos esperar poucas atitudes, inclusive de melhoria pessoal. Já do idoso; esse, não! Às vezes falta apenas informação.
E um dos piores problemas para o idoso é a falta de atividade física, um pesadelo que pode abreviar a vida porque traz como consequência uma série de doenças. Quem cai na malha fina do sedentarismo tem mil e uma desculpas: a falta de tempo é a primeira; mas outras também aparecem. Um diz que não gosta de esporte, outro diz que sente preguiça, outro reclama da falta de dinheiro, outro menciona problema de saúde…
Perversidade
O Ciclo da Inatividade Física é muito perverso. Começa com o avançar da idade. Nesta fase, as pessoas passam a se exercitar menos, o que leva a incapacidades físicas e ao sentimento de velhice. Este novo modo de viver aumenta o estresse, a depressão, a obesidade e a insatisfação com a aparência corporal. O resultado é a diminuição, cada vez mais acelerada, da autoestima.
A falta de atividade física causa imediato surgimento de doenças. No município de São Paulo, segundo estudos dos pesquisadores Ruy Laurenti e Maria Lúcia Lebrão, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, mais da metade (53,3%) da população idosa sofre com hipertensão; 31,7% apresentam artrite, reumatismo e artrose; 19,5% têm doenças cardíacas; 18% têm diabetes.
Ainda de acordo com esses pesquisadores, 51% dessa população não conseguem sequer agachar; 36% não conseguem levantar-se da cadeira ou sofrem para executar este simples gesto; 33% têm dificuldades ou não conseguem subir um andar de escada; caminhar, então, é difícil para 17%. Mais um exemplo: 15% dos idosos não conseguem ou têm dificuldades para levantar os braços acima dos ombros.
O cenário ainda pode piorar no quadro que mostra as atividades que comprovam a independência: 17% dos idosos têm dificuldades para vestir uma peça de roupa; 11,7% têm dificuldade para deitar ou levantar-se da cama; 10% encontram problemas para tomar banho sozinhos; ir ao banheiro é uma tarefa enorme para 7,1%. E 6% comem com muita dificuldade.
Mexa-se!
Atente para o que é “atividade física”: ela é definida como qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular, com dispêndio energético maior do que o de repouso. Não é difícil encontrar atividades para sair do sedentarismo: passear com o cachorro, dar uma volta no quarteirão, cuidar do jardim, limpar uma mesa; varrer a casa… São coisas que podem ser feitas sem frequentar uma academia!
Na AOMESP, o associado encontra várias opções para praticar exercícios físicos. Pode começar com uma caminhada do metrô até a Sede, coisa de 100 metros mais ou menos, o que já é um ótimo exercício. No prédio, há uma bela academia com um professor formado em Educação Física (Alex) para indicar os exercícios mais adequados e ajudar. Há o salão de bilhar, a mesa do dominó (sim, é um esporte!). Os bailes das quartas-feiras também são ótimas pedidas para quem quer sair do sedentarismo.
A lista de benefícios proporcionados pela atividade física são muitas: controle do peso corporal, melhora da mobilidade articular; melhora do perfil dos lipídeos (colesterol), melhora da resistência física, aumento da densidade óssea, melhora da força muscular; melhora da resistência à insulina; diminuição da pressão arterial.
Sobre os benefícios psicológicos, então… a atividade física diminui a depressão, dá mais autonomia, reduz o isolamento social, aumenta o bem-estar, melhora a autoimagem, alivia o estresse, aumenta a autoestima. Uma pessoa já se sente bem, se sente útil e capaz, com o simples fato de dar uma volta no quarteirão.
Ao terminar a palestra, o Tem Sossai recebeu um diploma de agradecimento da AOMESP, que foi entregue pelo diretor Maj PM Dércio Chiconelo (Social e Marketing). Em despedida, Sossai deu um conselho: “Se você quer viver mais e melhor, comece já a se mexer”.