20 de julho de 2017
Ontem (19), o secretário da Segurança Pública Mágino Alves Barbosa Filho recebeu as associações PM filiadas à CERPM (Coordenadoria de Entidades Representativas de Policiais Militares) para reunião de acompanhamento do desempenho da economia do Estado. É com base nos índices de desempenho que o governador reajustará os salários, ou não. E as notícias não são boas: o reajuste não virá agora. Talvez nem venha.
Participaram da reunião os técnicos André Luís Grotti Clemente e Claúdia Romano, da Secretaria da Fazenda. Eles fizeram um relato do comportamento da arrecadação do Estado para concluir que as despesas com pessoal atingiram 45,46% da arrecadação no primeiro quadrimestre do ano, índice muito próximo do limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é 46,55%.
A argumentação dos dirigentes de associações ficou em dois polos. O primeiro relata o reajuste salarial implementado por Estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás, sabidamente com as finanças combalidas e cujo índice prudencial já foi superado. Mesmo assim, os governadores encontraram uma saída para reajustar o salário da força policial. O outro polo foi o relato da terrível situação vivida pelos policiais. Centenas deles estão procurando as associações para conseguir uma cesta básica de alimentos ou empréstimos financeiros para as despesas domésticas e remédios.
Esses argumentos não sensibilizam o governo. Diante da argumentação do secretário baseada nos números da Fazenda, os dirigentes de associações decidiram reunir-se na CERPM na próxima semana para discutir a situação e a melhor maneira de pressionar o governo. Há várias opções em pauta, descartada a greve.
O governador Geraldo Alckmin deverá receber representantes de associações nos próximos meses para discutir a situação. De concreto, mesmo, é que ele não concederá reajuste salarial se a medida infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal.