21 de maio de 2025
Desde 1776, quando se tornaram um país soberano, os Estados Unidos tiveram quatro presidentes assassinados: Abraham Lincoln, James Garfield, McKinley e John Kennedy, e outros quatro que sofreram atentados e sobreviveram: Franklin Roosevelt, Harry Truman, Ronald Reagan e, mais recentemente, Donald Trump.
John Kennedy foi assassinado às 12h30 do dia 22 de novembro de 1963, na cidade de Dallas, no Texas, por ocasião de uma visita política, ao iniciar a sua campanha para a reeleição. Foi atingido por dois disparos efetuados por Lee Harvey Oswald quando desfilava pela Dealey Plaza em carro aberto. O assassino foi preso cerca de 80 minutos após o ocorrido e foi assassinado no dia 24 de novembro por Jack Ruby, na garagem subterrânea da Central de Polícia de Dallas, cujo crime foi transmitido ao vivo para todo o mundo.
Logo após tomar posse, o presidente Lyndon Johnson criou a Comissão Warren para apurar o assassinato, sob a responsabilidade do presidente da Suprema Corte Americana, Earl Warren, a qual era composta de dois deputados e dois senadores, um democrata e outro republicano, o Diretor da CIA (Allen Dulles) e um alto funcionário do governo (John McCloy).
O principal recurso utilizado pela Comissão para avaliar o caso foi uma filmagem, sem som, de cerca de 30 segundos, em cores, realizada pelo cinegrafista amador Abraham Zapruder, pois, apesar de não ser o único registro, é o que mostrava o evento mais nitidamente.
As conclusões da comissão no sentido de que Lee Oswald agiu sozinho, não fazendo parte de uma grande conspiração, provocou contestações da população, dos meios acadêmicos e de outras comissões legislativas e governamentais, que apresentaram versões alternativas, apontando a responsabilidade pelo crime para a União Soviética, Cuba, CIA, FBI e para a máfia. Desde o assassinato, em 1963, segundo o promotor Vincent Bugliosi, um total de 42 grupos, 82 assassinos e 240 pessoas foram acusadas de terem algum envolvimento no caso.
Em razão do período da Guerra Fria, a União Soviética instalou mísseis balísticos em Cuba, aumentando o perigo de uma guerra nuclear com os Estados Unidos, além das tendências comunistas de Lee Oswald, que desertou dos fuzileiros navais e foi morar em Minsk, antes de voltar para Dallas.
Com relação a Cuba, ocorreu a Invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos treinados nos EUA, e o assassinato seria uma retaliação daquele país, sendo que Lee participava de um grupo a favor do regime castrista nos EUA.
Segundo afirmações, John Kennedy e seu pai tinham estreitas relações com o mafioso de Chicago, Sam Giancana, o qual inclusive teria ajudado na campanha presidencial; contudo, Robert Kennedy foi nomeado procurador-geral e iniciou uma cruzada contra o crime organizado, o que desagradou a máfia e o sindicalista Jimmy Hoffa, os quais teriam motivos para assassinar o presidente.
Necessário destacar que o assassino de Lee, Jack Ruby, era dono de uma boate e tinha estreitas ligações com a máfia, que queria uma queima de arquivo.
No que diz respeito à CIA e ao FBI, a teoria vem do descontentamento de vários agentes com a administração, sendo que a principal tem origem no investigador de Nova Orleans, Jim Garrison, que foi o primeiro a afirmar que Lee Oswald não era um ex-militar com inclinações comunistas mas, sim, um agente da CIA.
Citaram também o serviço secreto de Israel, o Mossad, como autor do atentado, em razão do presidente ser contra o programa nuclear israelense que era especialista em operações secretas no exterior, como capturar nazistas.
A lista de suspeitos inclui inclusive o vice-presidente Lyndon Johnson, que foi acusado pelo estrategista político de Kennedy, Roger Stone, em sua obra “O homem que matou Kennedy“, juntamente com os gângsters e serviços secretos americanos.
O relatório da comissão foi alvo de dúvidas, omissões e falhas, destacando-se que o médico que testemunhou a ação e assinou o atestado de óbito do presidente nem mesmo foi ouvido.
Outro ponto especialmente contestado foi a “TEORIA DA BALA ÚNICA“, ou “TEORIA DA BALA MÁGICA“, em razão da trajetória que o projétil teria que fazer para atingir o presidente e o governador Connaly (ver foto), ou seja, atravessou o pescoço do presidente e depois atingiu o governador, que estava no assento à frente, nas costas, no peito, no pulso e na coxa, sendo que ela serviu para sustentar a conclusão da comissão de que o autor agiu sozinho.
Paulo Landis, um ex-agente do serviço secreto, que estava a poucos metros de Kennedy quando ele foi baleado, escreveu um livro, “The Final Witness“(A Última Testemunha), o qual refuta a teoria de um único tiro e de um único atirador, até pelos danos provocados. Mas ele nunca foi ouvido pela Comissão Warren.
O cineasta Oliver Stone, ao comentar a teoria do lobo solitário, diz: “A opinião pública americana nunca aceitou; ela sabe quando algo está errado”.
Outro ponto polêmico deste assassinato foi a própria autópsia no cérebro de Kennedy, realizada no Hospital Naval Bethesda, por dois médicos: os comandantes James Humes e J. Thornton Boswell, auxiliados por um especialista em ferimentos balísticos, Pierre Finck, também das forças armadas, a qual confirmou que ele levou dois tiros: o primeiro entrou na parte superior de suas costas e saiu abaixo do pescoço, onde foi realizada uma traqueostomia, e o segundo, o fatal, entrou pela nuca e saiu pela parte da frente do crânio, o qual deixou fragmentos de todo o seu cérebro e massa encefálica tanto no vestido de Jackie Kennedy como no banco e parte traseira do veículo, com a foto icônica de sua esposa tentando recolher pedaços do cérebro do presidente.
Somente foi achado um projétil numa maca no Hospital Parkland Memorial, e praticamente intacta, em razão da massagem cardíaca efetuada naquele local, no primeiro atendimento, a qual serviu para a Comissão Warren defender a tese da “bala única“, que teria causado sete ferimentos em duas pessoas.
No corpo nenhum projétil foi encontrado pelo raio-x efetuado. Dos dois primeiros médicos que tentaram salvar a vida do presidente no Parkland, um deles, Malcolm Perry, declarou numa conferência, logo após o corpo deixar Dallas, que, ao fazer a traqueostomia para facilitar a respiração, que havia “um ferimento de entrada na garganta“ e que ele tinha, também, um ferimento aberto nos lobos parietal e occipital, ou seja, na parte de trás da cabeça; assim, teria que haver dois atiradores, ao passo que a autópsia confirmou que os dois projéteis entraram pela parte de trás de seu corpo.
As dúvidas servirão de pesquisa para os interessados e agora, como o presidente Trump assinou uma ordem executiva para tirar o sigilo de todos os documentos referentes ao assassinato, acredito que tudo será revelado, como ele afirmou.

