29 de abril de 2025
John Kennedy foi o 35º presidente dos Estados Unidos – de 20 de janeiro de 1961 a 22 de novembro de 1963, quando foi assassinado. Ele teve como seu antecessor Dwight D. Eisenhower; como sucessor, o seu vice-presidente Lyndon B. Johnson.
John Kennedy foi casado com Jacqueline Bouvier, de 1953 a 1963, com quem teve quatro filhos. Após deixar a Marinha, com o fim da guerra mundial, tentou a carreira no jornalismo mas entrou na política como membro da Câmara dos Representantes pelo 11º Distrito de Massachusetts, onde permaneceu de 3 de janeiro de 1947 a 3 de janeiro de 1953, quando tomou posse como senador pelo mesmo estado, permanecendo até 22 de dezembro de 1960, saindo para ser o presidente dos Estados Unidos.
Como senador democrata, enquanto se recuperava de duas cirurgias da coluna publicou o seu livro “Profiles in Courage”, com o qual ganhou o Prêmio Pulitzer em 1957. Em 1960 concorreu à eleição contra o republicano Richard Nixon, que era o vice-presidente. Kennedy utilizou para ganhar a eleição o seu charme, bom humor e a sua juventude, além do prestígio e dinheiro de seu pai.
Nessa eleição, ocorreram os três primeiros debates ao vivo na televisão da história dos Estados Unidos entre dois candidatos a presidente; o primeiro foi assistido por mais de 70 milhões de pessoas, o que lhe deu ampla vantagem, além do apoio de seu vice, Lyndon Johnson, que tinha muito prestígio nos estados do Sul. As principais questões discutidas na eleição diziam respeito ao catolicismo de Kennedy, à crise de Cuba e se a União Soviética estava vencendo a corrida espacial.
No dia 8 de novembro de 1960, ele venceu uma das mais apertadas eleições americanas, com 49,7% contra 49,5% do voto popular nacional, e 303 contra 219 dos votos do Colégio Eleitoral, onde precisava de 269 votos para vencer, tornando-se o primeiro presidente católico do país. Tomou posse como o 35º presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 1961, e governou até 22 de novembro de 1963, quando foi assassinado. No seu discurso de posse falou uma de suas frases mais famosas e importantes: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país“.
A política externa do seu governo foi bem ativa e com várias situações de crise, principalmente um aumento acentuado de tensões com o bloco comunista durante a Guerra Fria. Mas ele manteve a posição do governo anterior, inclusive aumentando a presença militar no Vietnã do Sul, visando combater os comunistas comandados por Ho Chi Minh, além de ajudar os sul-vietnamitas econômica e militarmente. Essa ajuda permaneceu até julho de 1963 quando os generais sul-vietnamitas deram um golpe e depuseram o presidente Diem, que foi preso e executado. Kennedy resolveu então retirar progressivamente as tropas do Vietnã, com o término previsto para 1965, mas, com a sua morte, seu sucessor Lyndon B. Johnson optou em manter as tropas e intensificar o conflito.
Outra crise foi a conhecida Invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, cujo plano foi elaborado no governo anterior de Eisenhower e colocado em prática no dia 17 de abril de 1961, com 1.500 exilados cubanos treinados pelos americanos, conhecidos como a “Brigada 2506“, visando à derrubada de Fidel Castro. Contudo, sem o apoio da força aérea e da marinha americana, o plano fracassou e o governo foi obrigado a negociar a saída de 1.189 sobreviventes. Após 20 meses de negociações, o governo americano pagou 53 milhões de dólares, em alimentos e medicamentos, em troca da libertação de todos os exilados, sendo um dos maiores constrangimentos de seu governo.
Com relação à Cuba, houve a crise dos mísseis. Em 14 de outubro de 1962, o avião espião americano U-2 tirou fotografias da construção de silos para mísseis de longo alcance em Cuba, que seria uma ameaça nuclear para o país. Em princípio foi pensado num ataque aéreo contra as instalações, mas depois fizeram um bloqueio naval a Cuba, com a marinha americana inspecionando todos os navios que lá chegavam. Em seguida ocorreram negociações com o premiê soviético Nikita Khrushchov, que concordou em retirar os mísseis desde que os Estados Unidos fizessem uma declaração que não invadiriam Cuba, o que foi feito, evitando-se, desta forma, uma possível guerra nuclear.
Em agosto de 1963, os Estados Unidos, a União Soviética e o Reino Unido assinaram um tratado de proibição de testes nucleares em terra, ar ou debaixo de água, mas permitindo testes subterrâneos.
No Iraque, em 1963, o governo Kennedy apoiou um golpe contra o governo, encabeçado pelo general Abdul Karim Qasim. A CIA colaborou com o novo governo do partido Baath, de Abdul Salam Arif, enviando armas para exterminar os comunistas e esquerdistas, sendo que muitos deles foram assassinados com a colaboração de um jovem ativista que depois se tornou ditador, Saddam Hussein. O interesse dos americanos era o petróleo, tanto que grandes empresas como Mobil, Bechtel e British Petroleum foram para lá realizar negócios.
Uma obsessão do presidente era liderar a corrida espacial, mas no início a União Soviética estava muito à frente, razão pela qual ele procurou unir esforços com ela para explorar o espaço. A primeira vez que ele disse que o objetivo era levar o homem à lua foi em uma sessão conjunta do Congresso e do Senado, em 26 de maio de 1961, mas, somente em 20 de julho de 1969, quase seis anos após a sua morte, através do Programa Apolo 11, o homem pisou na lua.
Na política interna, cujo programa levou o nome “The New Frontier” (A Nova Fronteira), abordou alguns temas principais como maior financiamento federal para a educação, atendimento à saúde dos idosos e uma forte intervenção para travar a recessão econômica. Ao longo de seu governo, o PIB cresceu em média 5,5% ao ano e a inflação permaneceu estável em torno de 1%. Estes números foram o resultado do crescimento da produção industrial em 15% e das vendas de veículos, próximo de 40%.
Outro ponto importante diz respeito aos direitos civis, em especial a discriminação racial, tolerada e até autorizada pelas autoridades, como, por exemplo, a segregação racial nas escolas apesar de uma decisão da Suprema Corte de 1954 tê-la declarado inconstitucional, mas os Estados do Sul não acataram a decisão. O presidente efetuou várias intervenções visando minimizar os efeitos da discriminação e, em junho de 1962, fez o seu famoso discurso sobre os direitos civis, conclamando para que o Congresso legislasse sobre o assunto, que resultou na Lei dos Direitos Civis de 1964.
Também lutou bastante contra a discriminação na imigração, com base na origem nacional, propondo a revisão das leis de imigração, cujas reformas se transformaram em lei através do Ato de Imigração e Nacionalidade de 1965, também após a sua morte.
John Kennedy autorizou a execução de duas penas de morte, uma no tribunal comum e a outra no tribunal militar, recusando-se a exercer o seu poder de comutar as sentenças de condenação à morte.