21 de maio de 2018
Em reunião realizada na semana passada (17 de maio), os dirigentes das entidades representativas da Polícia Militar aprovaram a publicação de um elogio ao governador Márcio França. O texto foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 18 de maio, com o título “O acerto do governador no reconhecimento da atuação da mãe policial”. Eis a íntegra:
O ACERTO DO GOVERNADOR NO RECONHECIMENTO DA ATUAÇÃO DA MÃE POLICIAL
Um vídeo viralizou nas redes sociais no último sábado. A Cabo da Policia Militar Kátia da Silva Sastre, que levara a filha a uma festividade escolar comemorativa do Dia das Mães, reagiu a um assalto na porta da escola e neutralizou a ação do agressor, sendo esse evento gravado por câmeras de segurança do local.
A conduta da policial, reconhecida como ato de coragem e de elevada precisão técnica por todas as testemunhas presenciais, foi objeto de reconhecimento público também por parte das autoridades da área de segurança pública e do próprio Governador do Estado.
Apressaram-se, então, os críticos a insinuar a possibilidade de erro técnico, na medida em que a ação teria colocado em risco as demais crianças e mães que se encontravam no local. De forma insidiosa, procuraram também levar a discussão para o campo da psicologia, com a insinuação de que a reação armada da policial poderia provocar algum grau de trauma nas crianças que a ela assistiram. Finalmente, alardearam a exploração política do fato pelo reconhecimento público do Governador, e que esse reconhecimento estaria na contramão do esforço da Polícia Militar para reduzir a letalidade decorrente de intervenções policiais e não naturalizar esse tipo de violência.
Lamentavelmente, essas insinuações beiram à desonestidade intelectual. Onde estaria o erro técnico decorrente da exposição de inocentes ao risco da reação armada? As imagens não deixam dúvidas de que não houve qualquer erro de procedimento. A reação armada, de forma rápida e precisa, neutralizou a ação do agressor que, depois de alvejado, foi imediatamente dominado e socorrido.
E sobre o possível trauma das crianças que assistiram à cena? Por certo, alguma marca do episódio remanescerá na mente dessas crianças por tempo variável de acordo com a capacidade adaptativa individual, mas, sem nenhuma dúvida, ela será infinitamente menor do que o trauma que seria produzido se ocorresse a vitimização de outra criança ou de mãe de uma delas.
Diante dos fatos, não há como alegar exploração política no reconhecimento do feito. De forma diversa do que foi divulgado por analistas, esse reconhecimento não terá o efeito perverso de potencializar a letalidade decorrente de intervenção policial ou naturalizá-la, mas, bem ao contrário, terá efeito pedagógico, na perspectiva de que serão sempre valorizadas intervenções necessárias e tecnicamente corretas.
Além disso, seria inimaginável uma mãe, policial de profissão e por vocação, percebendo uma situação de risco a si própria, a sua filha e a outras crianças e mães, simplesmente não reagir. A técnica, a vocação e o instinto materno convergiram nesse momento, resultando numa atuação exitosa.
Qualquer afirmação em sentido contrário, ainda que feita por especialistas, será mera tentativa de desqualificar o inquestionável, com a única finalidade de instaurar a polêmica com objetivo midiático ou político-ideológico e, como já dito, derrapando na desonestidade intelectual. No dia 12 de maio, véspera do Dia das Mães e Dia do Policial Militar Feminino, a Cabo Sastre demonstrou que ser mãe é ir além dos cuidados habituais inerentes à maternidade, é defender a prole em qualquer circunstância, mesmo que isso signifique risco pessoal ou críticas infundadas de especialistas em generalidades.
O Governador do Estado acertou em enaltecê-la publicamente.
Os Policiais Militares paulistas agradecem a postura do Governador.