1 de maio de 2015

A AOMESP recebeu na tarde de hoje (30 de abril), em seu Fórum de Debates e Reivindicações, o Cel PM Mario Fausto Rodrigues Pinho, vice-presidente da PRÓ-PM – Associação Pró-Saúde Policial-Militar do Estado de São Paulo. Ele reuniu-se primeiramente com o presidente, Cel PM Jorge Gonçalves, e depois, acompanhado do Cel PM Ricardo Jacob, vice-presidente do Conselho Deliberativo, dirigiu-se ao Salão Social para o encontro com os associados. Durante uma hora, contou a história e falou da missão e do espírito de solidariedade que norteia a entidade que ajudou a fundar 15 anos atrás.

À época da fundação da PRÓ-PM, não havia um só órgão de apoio à saúde em condições de atender satisfatoriamente os policiais militares. Faltava de esparadrapo a equipamentos cirúrgicos. Numa visita ao HPM, no início de seu comando, o Cel Rui César Melo classificou a situação como “pavorosa”. Daí a iniciativa de criar uma organização que pudesse, por meio de doações dos próprios policiais militares, e quem sabe de outras fontes, garantir infra-estrutura de trabalho adequada para que os profissionais de saúde pudessem – em condições extremas – salvar vidas.

O Cel Pinho explicou que a PRÓ-PM não quer ocupar o lugar do Estado, não quer interferir na administração dos órgãos de saúde da Polícia Militar, não se propõe a ser uma entidade representativa de policiais militares. Sua missão é ajudar, é proporcionar as condições ideais para que o atendimento atinja níveis de excelência. Como exemplo, citou o fato de, nesta semana, o HPM estar com nove pessoas internadas em sua UTI que conta com apenas seis aparelhos de sobrevivência. A PRÓ-PM agiu e alugou três equipamentos para socorrer as pessoas e o Sistema de Saúde, o que é uma rotina em sua existência. E olhe que o campo de atuação não é pequeno. Compõem o Sistema o Hospital, o Centro de Reabilitação, o Centro Odontológico, o Centro de Apoio Social e todas as unidades integradas de saúde do Estado – 72 delas atendidas até agora.

Colaboradores
Para atingir seus objetivos, a PRÓ-PM conta com ajuda de muita gente, de muitas instituições. A começar de seus grandes colaboradores, um contingente de 53.879 policiais militares, de todas as graduações, que todo mês doam uma pequena parte de seus salários. Há dois grupos de voluntários trabalhando em outras frentes: um está na Capela de Santo Expedito, com um bazar mensal que garante bons rendimentos financeiros; o outro é o Grupo de Voluntários do HPM, composto de 34 pessoas que estão todos os dias no hospital prestando um trabalho inestimável de apoio moral e material.

Há mais contribuintes. A Afam, por exemplo, garante o fornecimento de material de primeiríssima necessidade para quem se vê internado de uma hora para outra. A instituição mantém estoque permanente de sabonete, creme dental, toalhas, aparelhos de barbear, chinelos… No ano passado, mais de 4 mil itens foram cedidos aos internados. O Grupo de Voluntários do HPM disponibiliza material para empréstimo por tempo indeterminado a quem não tem como comprar cadeira de roda, andador, muleta, cadeira de banho e outros equipamentos. No ano passado, foram 726 objetos emprestados.

Com tanta gente ajudando, a PRÓ-PM pode alçar voos maiores. Recentemente, contou o Cel Pinho, o HPM estava com grande demanda de cirurgias ortopédicas e não havia anestesistas em número suficiente para as operações. A saída foi a contratação de um especialista, o que já reduziu a enorme fila. Outra fila estava formada, anos atrás, com mais de 300 pacientes à espera de uma cirurgia de catarata. O hospital não dispunha do equipamento necessário, nem havia um plano para adquiri-lo. Novamente, o socorro veio da PRÓ-PM, que contratou uma clínica especializada e, em poucas semanas, “zerou” a fila.

Material
O que significa, afinal, “proporcionar as condições ideais para que o atendimento atinja níveis de excelência no Sistema de Saúde da Polícia Militar”, que é a missão da PRÓ-PM? Em poucas palavras, significa agir onde o Estado não age. Todo ano, a Diretoria de Saúde elabora uma lista de equipamentos e materiais que devem ser adquiridos, e coloca na previsão orçamentária o que é possível. O restante da lista, que não é pouca coisa, vai para o planejamento da PRÓ-PM. São os chefes dos órgãos que decidem as prioridades e especificam as encomendas. Não se compra de olho no preço, mas na qualidade. Às vezes é melhor esperar um pouco para fazer caixa e comprar o que há de melhor.

Assim, milhares de equipamentos, de todos os tamanhos e capacidades, já foram adquiridos para os vários órgãos: o centro cirúrgico do HPM está no mesmo patamar, em se tratando de equipamentos, de um Sírio Libanês, por exemplo; o Centro de Reabilitação já foi tema de reportagem da revista Veja São Paulo, com elogios rasgados; o Centro Odontológico conta com equipamentos que podem ser vistos em endereços como a Universidade Harvard, nos Estados Unidos; dezenas de consultórios odontológicos completos equipam várias unidades integradas de saúde da Capital e do Interior. Além dos equipamentos, a PRÓ-PM banca centenas de exames laboratoriais todos os anos; e banca, também, o salário de vários profissionais de saúde como fisioterapeutas, médicos e psicólogos.

Não se faz milagre, nem dinheiro cai do céu. O sucesso da entidade deve-se a uma administração séria, que encara o trabalho como missão. A estrutura administrativa é formada por uma Diretoria Executiva, um Conselho Fiscal e um Conselho de Administração composto de representantes do poder público, da sociedade civil e das entidades representativas de policiais militares. Dirigentes e conselheiros trabalham em caráter voluntário sem auferir qualquer espécie de rendimento. Nem mesmo as despesas de locomoção são reembolsadas. São mais de 50 pessoas pensando em alternativas para ajudar cada vez mais e melhor o Sistema de Saúde da Polícia Militar.

Ao encerrar sua exposição, depois de responder a vários associados, o Cel Pinho agradeceu pela oportunidade e respondeu afirmativamente ao Cel Ricardo, que o convidou a voltar em breve, para conversar com mais associados. Ao finalizar, disse que tudo que se faz na PRÓ-PM é com base na solidariedade e no voluntariado. “Ninguém é obrigado a contribuir; só contribui se acha que isto é muito importante, se considera este gesto uma missão a cumprir.”

CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA

Aluno Oficial, Cabo, Soldado
R$ 4,13

Subtenente, Sargento

R$ 6,20

Capitão, Tenente, Aspirante-a-Oficial
R$ 8,65

Oficiais Superiores
R$ 13,87

Contribuintes
53.879 (em 30 de abril de 2015)

Para saber mais
www.propm.org.br